quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Dia 15. Day 15. A new world

Odi Odi!
Muli bwanji?

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PT Cheguei ao Malawi há duas semanas apenas e no entanto parece que já vivo aqui há tão mais tempo que isso. Todos os dias algo de novo acontece, conhecemos novas pessoas, novas sensações, novas experiências… O contraste que existe entre as condições e o estilo de vida que tínhamos antes e as que temos agora é enorme. É como se de uma nova  vida, um novo capítulo se tratasse.

No início, a nossa casa veio desprovida de qualquer tipo de recheio, decoração ou conforto. Era apenas uma casa: paredes, janelas, portas, uma cama sem colchão. A nossa primeira missão foi “arranjar” a nossa nova casa e foi incrível ver como várias pessoas na aldeia se disponibilizaram para nos ajudar . Em poucos dias tínhamos já duas camas com colchão e redes mosquiteiras, comida, baldes cheios de água, uma tomada com electricidade, casa-de-banho e um pequeno churrasco a carvão para cozinhar todos os dias.

Depois veio a fase de aprender a viver com as condições a que a população local tem acesso. Foi sem dúvida um desafio, mas foi ao mesmo tempo divertido o período em que começámos a adoptar este novo estilo de vida - para além de nos ter mantido bastante ocupadas! Aprendemos a cozinhar usando apenas carvão em brasa, a lavar a nossa roupa à mão com 2 baldes de água, a tomar banho com um balde e uma caneca, a varrer a casa com ramos de árvore atados com um elástico, e aprendemos a viver sem luz eléctrica – sempre que a luz falha (ou seja, 50% do tempo).

Conhecemos um grupo de crianças muito simpáticas que nos “adoptaram” e que nos têm ajudado muito. Vêm connosco ao mercado para garantir que nos fazem pagar o preço justo – e não o preço de “mzungu”, pessoa branca – levam-nos a conhecer a aldeia, fazem-nos descobrir novos lugares e caminhos, conhecer novas pessoas e defendem-nos contra os “maus” – figura estereotipada do adulto que consome álcool e droga, posto de parte pela restante comunidade. São também as crianças que nos ensinam a falar Chichewa – para eles, acaba por ser também uma oportunidade de treinar um pouco o inglês e no fim do dia ficam tão contentes ao conseguimos dizer algumas das palavras que passaram tanto tempo a tentar ensinar-nos.

Em Mua existe uma variedade de alimentos bem maior do que aquilo que estava à espera: banana, papaia, maçã, batata, couve, beringela, feijão, milho, ovos, pão, carne (porco, cabra, galinha), peixe e ovos são produtos que facilmente podemos encontrar à venda no mercado. A maior parte dos produtos é vendida à unidose, uma vez que o rendimento da maior parte das pessoas lhes permite comprar apenas o necessário para o próprio dia e não mais que isso.

Volto em breve com mais histórias para contar.
Com muito amor,
Cristina*



EN I’ve arrived in Malawi exactly 2 weeks ago and yet I feel that I’ve been living here for so much longer than that. Everyday something new happens, we meet new people, new feelings, new experiences… The contrast between the lifestyle I have now is huge compared to what I’ve had before I’ve started this adventure. Malawi feels like a new life, a new chapter.
At the beginning our house was completely empty; there wasn’t any filling, decoration or comfort. It was only a house: walls, windows, doors, and a bed without a mattress. Our first mission was to make it our own home and it was amazing to see how everyone came to help us achieving that. In only few days we had already two beds with mosquito nets, food, buckets filled with water every day, a plug for electricity, a functional toilet and a little BBQ for us to cook with charcoal every day.

After that, time came for us to learn how to live according to the conditions that the locals have access to. Even though being a great challenge, it ended up being quite amusing to adopt this new lifestyle – and it kept us quite busy as well! We learned how to cook with charcoal, to wash our laundry with 2 buckets of water, to have showers with a bucket and a cup, to sweep hour house with a broom made of tree branches tied together with rubber and how to live without electricity – for when there is no power (meaning, 50% of the time).

We’ve met a really nice bunch of kids who have “adopted” us and have been helping us a lot. They come with us to the market to make sure we’re asked for the right price – and not “mzungu”=white person prices, they take us around the village to meet new places, new ways and new people and they also defend us from the “bad guys” – stereotype of the alcoholic/drug abuser who is put apart by the rest of the community. These are also the children who have been teaching us Chichewa – for them, it’s finally a good opportunity to train their English and by the end of the day they get so happy if we can say some of the words they’ve been trying so hard to teach us.

In Mua, the variety of food we can find is greater than I had expected: bananas, papaya, apples, potatoes, sweet potato, cabbage, eggplant, beans, sweet corn, eggs, bread, meat – pork, goat, chicken, fish and eggs are products we can easily find in the market. Most of the things can be bought in small amounts, as most of people’s incomes are enough to buy only what’s needed in a daily basis.

I’ll be back soon with new stories to tell.
With love,
Cristina*


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